EPIDEMIOLOGIA E RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA DA ESCHERICHIA COLI ISOLADAS DE PNEUMONIA EM BEZERROS

Resumo

A Escherichia coli (E. coli), uma bactéria Gram-negativa, é amplamente reconhecida como comensal do sistema digestivo e como agente patogênico em várias infecções intestinais e extraintestinais. Em bezerros, as cepas patogênicas de E. coli estão ligadas a infecções pulmonares severas, como a pneumonia, que provocam impactos econômicos consideráveis devido à diminuição do crescimento, despesas com tratamentos e taxa de mortalidade. Frequentemente, essas infecções estão ligadas a falhas no controle, tais como colostragem insuficiente, grande densidade populacional e estresse ambiental. Os patógenos têm fatores de virulência particulares, como genes que codificam adesinas (fimH, papC), sideróforos (iroN, iucD) e proteínas resistentes ao sistema imunológico (iss, ompT, traT), que são cruciais para a colonização e fuga das defesas do hospedeiro. Simultaneamente, o aumento da resistência a antimicrobianos em E. coli é resultado do uso excessivo de antimicrobianos em sistemas de produção animal. Isso favorece a propagação de genes resistentes, como mcr-1 e blaCTX-M, comumente propagados por plasmídeos móveis e integrons. Estudos no Brasil ressaltam a presença de E. coli resistente em bezerros e no meio agrícola, englobando fezes, água e moscas, que funcionam como reservatórios e propagadores da resistência. Esses elementos destacam a conexão entre práticas de gestão impróprias e a continuidade de infecções bacterianas complexas de tratar. Portanto, para controlar efetivamente essas infecções e minimizar a RAM, são necessárias estratégias integradas, incluindo biossegurança, monitoramento de genes resistentes e uso adequado de antimicrobianos, além de uma maior sensibilização sobre o impacto ambiental das práticas de pecuária.