Resumo
Objetivo: descrever o perfil de mulheres com diagnóstico de câncer de colo do útero. Métodos: estudo descritivo de abordagem quantitativa. Foram avaliados os dados clínicos e epidemiológicos de indivíduos com câncer de colo do útero residentes em Montes Claros, Minas Gerais. Os critérios de inclusão foram dados disponíveis no sistema e excluíram-se dados incompletos. Foi realizada a análise dos dados disponíveis nos registros hospitalares do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) na série histórica mais recente. Foi realizada a análise descritiva dos dados. O estudo foi realizado durante o mês de junho de 2022. Resultados: Na série histórica analisada foram identificados 555 casos de câncer de colo do útero em Montes Claros, Minas Gerais. Em relação às variáveis sociodemográficas, a maioria das mulheres possuíam entre 35 e 49 anos (35,3%), de cor parda (70,4%), com escolaridade em nível fundamental incompleto (36,3%), casadas 254 (45,7%), 17,6% eram trabalhadoras agropecuárias, 12,9% exerciam atividades laborais que não eram compreendidas na classificação brasileira de ocupações. 275 pacientes (49,5%) negaram o uso de tabaco ou derivados, 29,7% das pacientes eram ex-consumidoras e 51 (9,1%) eram consumidoras ativas. 239 pacientes (43,0%) possuíam histórico familiar positivo de câncer, a localização primária detalhada da neoplasia, foi no colo do útero propriamente dito em 501 (90,2%) dos casos. Em relação ao tipo histológico em 423 (76,2%) das neoplasias encontrou-se o carcinoma escamocelular 423 (76,2%), seguido de adenocarcinoma 49 (8,8%). Conclusão: as mulheres com câncer de colo do útero eram adultas, casadas, pardas, com nível de escolaridade baixa e ocupações com baixos níveis remuneratórios, a história familiar de câncer foi positiva em grande número dos casos, o colo do útero propriamente dito foi a região mais afetada, sendo o carcinoma escamocelular o mais comum e o estadiamento TNM 2B, sendo a quimioterapia e a radioterapia as medidas terapêuticas mais utilizadas.