Resumo
As crises epilépticas e o estado de mal epiléptico representam emergências médicas neurológicas que podem ser desafiadoras no manejo clínico. O reconhecimento precoce, a avaliação adequada e o tratamento rápido são fundamentais para garantir melhores desfechos para os pacientes. Este estudo tem como objetivo revisar a fisiopatologia, os fatores desencadeantes, a abordagem diagnóstica e terapêutica, bem como as complicações associadas às crises epilépticas e ao estado de mal epiléptico. Trata-se de uma revisão bibliográfica, utilizando-se de premissas qualitativas, com as bases de dados da PubMed, Scopus, Scielo e Web of Science. Para melhor refinamento da pesquisa, utilizou-se os descritores em saúde “Crises Epiléticas” e “Estado de Mal Epiléptico”. O trabalho em questão também constou no estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão e tendo um recorte temporal entre os anos de 2001 a 2017. As crises epilépticas são eventos paroxísticos de atividade elétrica anormal no cérebro, que podem manifestar-se de diversas formas, desde movimentos involuntários até alterações de consciência. O estado de mal epiléptico é uma emergência médica caracterizada por convulsões prolongadas ou crises recorrentes sem recuperação completa da consciência entre elas. A abordagem inicial inclui avaliação da via aérea, respiração e circulação, seguida por tratamento com benzodiazepínicos, como diazepam ou lorazepam, para interromper as convulsões. Caso o estado de mal epiléptico persista, outras medidas terapêuticas, como fenitoína, levetiracetam ou anestésicos intravenosos, podem ser necessárias. Complicações como lesões traumáticas, insuficiência respiratória, edema cerebral e arritmias cardíacas podem ocorrer, ressaltando a importância da monitorização e suporte adequados durante o tratamento. O manejo adequado das crises epilépticas e do estado de mal epiléptico requer uma abordagem multidisciplinar, com ênfase na identificação precoce, tratamento imediato e prevenção de complicações. A educação dos pacientes e cuidadores sobre a doença, seus sintomas e o manejo de crises é essencial para melhorar a qualidade de vida e reduzir os riscos associados a essas condições.
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