Resumo
O descolamento de retina regmatogênico (DR) é uma condição oftalmológica grave caracterizada pela separação da retina neurossensorial do epitélio pigmentar da retina (EPR), frequentemente resultando em perda visual irreversível se não tratado adequadamente. O conceito e tratamento desta patologia evoluíram significativamente desde suas primeiras descrições, com marcos históricos importantes, como os trabalhos pioneiros de Jules Gonin e a introdução do oftalmoscópio indireto binocular por Charles Schepens. Historicamente, o DR foi identificado como um problema grave que evoluiu com os avanços na tecnologia e nas técnicas cirúrgicas. O tratamento do DR hoje inclui métodos como o buckling escleral, a retinopexia pneumática e a vitrectomia, cada um com suas indicações e técnicas específicas. A fisiopatologia do DR envolve a ruptura retiniana, a entrada de líquido subretiniano e a separação da retina, que pode ser desencadeada por fatores como trauma ocular, degenerações retinianas, miopia alta e condições pós-cirúrgicas. A propedêutica do DR inclui o exame fundoscópico e técnicas de imagem avançadas, como ultrassonografia ocular e tomografia de coerência óptica (OCT), que são cruciais para um diagnóstico preciso e avaliação da extensão do descolamento. As técnicas de tratamento variam de procedimentos menos invasivos, como a retinopexia a laser, a abordagens cirúrgicas mais complexas, como a vitrectomia, dependendo da gravidade e características do descolamento. O trabalho oferece uma análise abrangente dos aspectos históricos, fatores de risco, diagnósticos e opções terapêuticas para o descolamento de retina regmatogênico, destacando a evolução das técnicas e a importância da abordagem personalizada no manejo desta condição oftalmológica complexa.
Referências
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