Resumo
Introdução: A criptococose é uma doença infecciosa fúngica, causada pela levedura do gênero Cryptococcus, principalmente Cryptococcus neoformans. Caracteriza-se por ser oportunista e sistêmica, potencialmente fatal, que acomete o homem e alguns animais silvestres e domésticos, apresentado como reservatórios as fezes das aves, principalmente pombos, adquirida pela inalação de esporos fúngicos. Leveduras inaladas do ambiente podem se instalar no pulmão e aumentar sua cápsula de polissacarídeos para inibir a fagocitose e a opsonização, causando sintomas que variam de febre e tosse a condições graves, como meningite. Objetivos: Descrever os aspectos clínicos e radiográficos da criptococose pulmonar em pacientes imunocomprometidos. Métodos: Revisão bibliográfica de caráter qualitativo, baseado nas leituras exploratórias de artigos na base de dados Scielo e Google Acadêmico. Resultados: A criptococose pulmonar é a segunda forma mais frequente da doença, muito observada em hospedeiros imunocomprometidos, com uma grande variedade de anormalidades radiológicas. Os pulmões podem ser acometidos de forma localizada ou disseminada. As manifestações pulmonares podem variar entre infecção assintomática e sintomáticas, estas apresentando quadro infeccioso como febre, tosse, dor torácica, perda de peso, escarro purulento e insuficiência respiratória. Dentre os achados radiográficos, predominam os nódulos pulmonares solitários ou múltiplos, a consolidação lobar, as lesões cavitárias, infiltrado reticular ou nodular, aumento de linfonodos hilares ou mediastinais, derrame pleural, opacidades lineares, espessamento septal e lesões endobrônquicas. Nos pacientes imunocomprometidos, a criptococose pode ser grave e rapidamente progressiva, necessitando de tratamento antifúngico prolongado. Entretanto, nos pacientes imunocompetentes, sua recuperação é espontaneamente, sem precisar tratar com antifúngico. Conclusão: Visto que na criptococose pulmonar isolada a apresentação clínica é inespecífica e o padrão radiológico é não patognomônico, faz-se importante esclarecer o diagnóstico diferencial com outras micoses pulmonares e neoplasias primárias ou metastáticas pulmonares, permitindo o diagnóstico precoce da doença, a fim de impedir o desenvolvimento de quadros graves, podendo levar os pacientes a óbito.
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica, Coordenação geral de doenças transmissíveis, unidade de vigilância das doenças de transmissão respiratória e imunopreveníveis. Vigilância e Epidemiológica da Criptococose. Brasilia-DF, 2012
Silva ACG, Marchiori E, Souza Jr AS, Irion KL. Criptococose pulmonar: aspectos na tomografia computadorizada. Radiol Bras. 2003;36(5):277-82.
Moreira, T.A.; Ferreira, M.S.; Ribas, R.M.; Borges, A.S. Criptococose: estudo clínicoepidemiológico, laboratorial e das variedades do fungo em 96 pacientes. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 39(3): 255-258 ,2006
Drummond, E.D.; Reimão, J.Q.; Dias, A.L.T.; Siqueira, A.M. Comportamento de amostras ambientais e clínicas de Cryptococcus neoformans frente a fungicidas de uso agronômico e ao fluconazol. Revista Sociedade Brasileira Medicina Tropical vol.40 no. 2 Uberaba Mar./Apr. 2007
Gullo, F.P.; Almeida, A.M.F.; Santos, J.L.; Giannini, M.J.S.M. Novas alternativas terapêuticas para o tratamento da Criptococose: Análagos de Resveratrol e microRNAs. Programa de Pós Graduação em Biociências e Biotecnologia Aplicadas á Farmácia. Araraquara, 2016.