Resumo
O exame físico precisa de habilidade e treino, pois a criança pode se apresentar irritada, intimidada, em choro, com agitação psicomotora, situações habituais da prática pediátrica. O exame físico deve ser realizado integralmente, porém pode-se alterar a sequência semiológica clássica, de forma a executar a aparelho que apareça mais apropriado para o momento.1 Deve-se explicar aos presentes na consulta o que será realizado. Dessa forma, por vezes caso a criança ainda não estiver a chorar, é aconselhável começar pelos fatores que serão mais comprometidos por esse choro: frequência cardíaca e respiratória, ausculta cardíaca (não é fácil identificar sopros em crianças durante o choro), tensão das fontanelas, e tensão abdominal (se está normotenso, se está flácido), assim como a pressão arterial. Embora deva-se seguir o sentido craniocaudal, pode ser indicado deixar o exame da orofaringe e a otoscopia por último, poisgeralmente assustam a criança e prejudicam a avaliação cuidadosa dos demais órgãos e sistemas. Após avaliados tais itens, caso haja choro, os demais fatores não serão tão prejudicados quanto os citados acima. Porém, a ausculta respiratória em lactentes, que são impossibilitados de responder ao comando de inspirar profundamente, é facilitada pelo choro, pois o bebê faz inspirações profundas e involuntárias durante esse choro, podendo o profissional aguardar tais momentos para a realização do exame físico. Algumas vezes é necessário realizar o exame físico com a criança no colo da mãe, pois a separação do colo materno traz insegurança, prejudicando o exame. A mãe deve ser incentivada a participar do exame físico ao lado da criança, para que, juntos, sintam-se mais seguros durante o processo.