Resumo
O crescimento das áreas urbanas, acompanhado pelo aumento da poluição atmosférica, representa um desafio significativo para a saúde pública, especialmente em crianças. A exposição precoce a poluentes urbanos, como material particulado (MP), dióxido de nitrogênio (NO2) e ozônio (O3), tem sido associada a um maior risco de doenças respiratórias, incluindo asma, bronquite e infecções respiratórias. Este estudo tem como objetivo analisar os efeitos do ambiente urbano na saúde respiratória infantil, identificando os principais fatores de risco associados à poluição urbana e propondo estratégias para mitigação de seus impactos. A revisão bibliográfica explora os impactos da poluição do ar na saúde respiratória infantil, analisando fatores ambientais, disparidades socioeconômicas, mitigação e estratégias de proteção. Foram incluídas publicações entre 2019 e 2023, com foco em artigos revisados por pares e indexados em periódicos internacionais. A análise abrange estudos sobre poluição ambiental, qualidade do ar interno, efeitos da urbanização e vegetação, além de revisões e metanálises que investigam tendências globais e soluções práticas. Evidências científicas indicam que crianças que residem em áreas urbanas com altos níveis de poluição apresentam maior prevalência de doenças respiratórias crônicas, como asma e alergias respiratórias. Além disso, o contato precoce com poluentes compromete o desenvolvimento pulmonar, resultando em menor capacidade respiratória na idade adulta. Estudos destacam que fontes de poluição, como emissões veiculares e queimadas urbanas, são os principais contribuintes para a má qualidade do ar. Políticas de redução da poluição, como controle de emissões e áreas verdes urbanas, têm mostrado impacto positivo na saúde infantil. Portanto, o ambiente urbano desempenha um papel crucial na saúde respiratória infantil, sendo necessário implementar ações preventivas e educativas para reduzir a exposição aos poluentes. Investimentos em infraestrutura sustentável e monitoramento contínuo da qualidade do ar podem minimizar os impactos negativos, promovendo um ambiente mais saudável para o desenvolvimento infantil.
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